A dança, arte de movimentar expressivamente o
corpo seguindo movimentos ritmados, em geral ao som de música, é uma das três
principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música.
Caracteriza-se tanto pelos movimentos previamente estabelecidos (coreografia),
ou improvisados (dança livre). Pode existir como expressão artística ou como
forma de divertimento.
O
surgimento da dança se deu ainda na Pré-História, quando os homens batiam os
pés no chão. Com o passar do tempo, foram dando mais intensidade aos sons,
descobrindo que seriam capazes de criar outros ritmos, conciliando os passos
com as mãos, através das palmas.
No Egito,
por volta de 2000 a.C., dançava-se em homenagem aos deuses. Na Grécia Clássica,
a dança era relacionada aos jogos olímpicos.
Os tratados sobre dança
surgiram a partir do século XVI. Cada país europeu criou suas próprias danças.
Primeiro eram coletivas, depois foram adaptadas aos pares. No século XIX
começaram a aparecer danças mais sensuais, como o maxixe e o tango. Assim como vários
outros aspectos culturais, a dança foi se transformando na proporção em que os
povos foram se misturando.
ESTILOS E CARACTERÍSTICAS
Dança Clássica – é um tipo de dança que
reúne uma série de técnicas e movimentos específicos. Esta dança surgiu durante
o Renascimento, na altura em que os casamentos e os eventos aristocráticos eram
celebrados com bailarinos da corte, os quais mostravam as suas destrezas. Com o
passar do tempo, os movimentos e os passos foram-se aperfeiçoando.
A dança
clássica exige uma grande concentração por parte do bailarino, o qual deve
executar movimentos corporais com muita precisão, coordenação e graciosidade. O
treino é imprescindível, já que muitas das formas do ballet requerem
elasticidade e flexibilidade.
O
vestuário ocupa um papel fundamental na dança clássica. Os bailarinos usam
roupa aderente ao corpo de modo a que os seus movimentos possam ser apreciados
com maior facilidade. Calçam sapatilhas de dança com sola flexível e pontas
dotadas de proteções, permitindo que a bailarina possa sustentar todo o peso do
corpo com a ponta dos pés.
Dança Moderna – a expressão “Dança Moderna” refere-se
às escolas e movimentos da história da dança referentes ao período moderno,
A dança
moderna surgiu no início do século XX e seus pioneiros procuravam maneiras
modernas e pessoais de expressar como se sentiam através da dança.
Dança
Moderna começou contra a formalidade do balé e a previsibilidade das populares
mostras de dança do período. As suas técnicas e estilos eram muito diferentes,
o que eles tinham em comum era a insatisfação com as opções disponíveis para
bailarinos e seu objetivo último era transmitir ao seu público um senso de
realidade interior e exterior - um objetivo que ainda inspira bailarinos modernos
hoje.
Os
bailarinos dançam descalços, trabalham contrações, torções, desencaixe etc, e
seus movimentos são mais livres, embora ainda respeitem uma técnica fechada.
Dança
Contemporânea –
a modalidade de dança “Dança Contemporânea” surge nos anos 60 nos EUA. Nasce no
segmento da dança moderna, mas não possui uma técnica única estabelecida, todos
os tipos de pessoas podem praticá-la. Sua técnica é tão abrangente que não
delimita estilos de roupas, músicas, espaços ou movimentos.
Não há mecanismos definidos, há antes
processos e formas de criação. Emerge uma nova noção de corporeidade, buscando
um sentido mais experimental, menos estratificado. Não existe um corpo ideal e
sim um corpo multicultural que tem várias referências. O que importa é a
transmissão de sentimentos, ideias e conceitos.
Danças folclóricas
As danças
sempre foram um importante componente cultural da humanidade. O folclore
brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de uma
determinada região. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas,
fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras. As danças
folclóricas brasileiras caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras
simples e populares) e figurinos e cenários representativos. Estas danças são
realizadas, geralmente, em espaços públicos: praças, ruas e largos.
Principais danças folclóricas do Brasil
Samba de roda: Estilo musical caracterizado por elementos da cultura
afro-brasileira. Surgiu no estado da Bahia, no século XIX. É uma variante mais tradicional
do samba. Os dançarinos dançam numa roda ao som de músicas acompanhadas por
palmas e cantos. Chocalho, pandeiro, viola, atabaque e berimbau são os
instrumentos musicais mais utilizados.
Maracatu: é um ritmo musical com dança típico da região pernambucana.
Reúne uma interessante mistura de elementos culturais afro-brasileiros,
indígenas e europeus. Possui uma forte característica religiosa. Os dançarinos
representam personagens históricos (embaixadores, duques e duquesas, reis e
rainhas). O cortejo é acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão
(tambores, caixas, taróis e ganzás).
Frevo:
este estilo pernambucano de carnaval é uma espécie de marchinha muito
acelerada, que, ao contrário de outras músicas de carnaval, não possui letra,
sendo simplesmente tocada por uma banda que segue os blocos carnavalescos
enquanto os dançarinos se divertem dançando. Os dançarinos de frevo usam,
geralmente, um pequeno guarda-chuva colorido como elemento coreográfico.
Baião: ritmo musical, com dança, típico da região nordeste do
Brasil. Os instrumentos usados nas músicas de baião são: triângulo, viola,
acordeom e flauta doce. A dança ocorre em pares (homem e mulher) com movimentos
parecidos com o do forró (dança com corpos colados). O grande representante do
baião foi Luiz Gonzaga.
Catira: é uma dança
caracterizada pelos passos, batidas de pés e palmas dos dançarinos. Ligada à
cultura caipira, é típica da região interior dos estados de São Paulo, Paraná,
Minas Gerais e Goiás e Mato Grosso. Os instrumentos utilizados é a viola,
tocada, geralmente, por um par de músicos.
Quadrilha: é uma dança típica da época de festa
junina. Há um animador que vai anunciando frases e marcando os momentos da
dança. Os dançarinos (casais), vestidos com roupas típicas da cultura caipira
(camisas e vestidos xadrezes, chapéu de palha) vão fazendo uma coreografia
especial. A dança é bem animada com muitos movimentos e coreografias. As
músicas de festa junina mais conhecidas são: “capelinha de melão”, “pula fogueira”
e “cai,cai balão”.
Principais danças folclóricas de Sergipe
São Gonçalo: Dança em homenagem a São Gonçalo do
Amarante, que segundo a lenda, teria sido um marinheiro que tirou muitas
mulheres da prostituição, através da música alegre que fazia com a viola. A
dança é acompanhada por violões, pulés (instrumentos feitos de bambu), e caixa.
A caixa é tocada pelo "patrão" - homem vestido de marinheiro, como
alusão a São Gonçalo do Amarante. O grupo dança em festas religiosas e pagamento
de promessas. É composto em sua maioria por trabalhadores rurais, que se vestem
de mulher, representando as prostitutas. Um dos grupos mais apreciados pela
singeleza da dança e da música.
Apesar de
louvar um Santo católico, a dança lembra movimentos de rituais afros. Mais uma
vez isso fica comprovado também na letra das músicas. Um dos versos mais
conhecidos do São Gonçalo diz: “Vosso reis pediu uma dança, é de ponta de pé, é
de ‘calcanhá’. Onde mora vosso reis de Congo...”.
Bacamarteiros: tradição do município
de Carmópolis/SE. Os Bacamarteiros comemoram a noite de São João (24 de junho)
com dança, música e muitos tiros de bacamarte (espécie de rifle artesanal). O
grupo é composto por mais de 60 participantes, entre homens e mulheres. As
mulheres trajam chapéu de palha e vestido de chita, dançam sempre em círculo,
enquanto os homens, que ficam atrás, vão disparando tiros de bacamarte, de
acordo com o desenrolar da dança.
Pisa-Pólvora: uma dança folclórica
popular, com forte expressividade no município de Estância/SE. A finalidade
maior do Pisa-Pólvora é preparar a pólvora para as sensacionais batalhas de
busca-pés e para os barcos de fogo, abrindo os festejos juninos da cidade.
A dança é
realizada em torno de um pilão, onde estão colocados o enxofre, o salitre e o
carvão, substâncias utilizadas no preparo da pólvora. Homens e mulheres
costumam participar, vestidos à moda caipira, cantando e dançando ao som de
ganzás, tambores, triângulos, reco-reco e porca.
O ritual
é uma herança dos tempos da escravidão; os negros costumavam realizar as
tarefas, dançando, pisando forte no chão e tirando versos de improviso.
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